Boa noite.
Eu gostaria de contar um acontecido com a minha avó em 1944 minha avó tinha 37 anos na época e morava na cidade de Araçatuba interior de SP. Ela era casada e já tinha 7 filhos, meu avô trabalhava com o motorista da fazenda e muitas vezes passava a noite viajando. Minha avó ficava sozinha com os filhos, a filha mais velha tinha 17 e o mais novo 6. Meu avô sempre dizia, depois das 22h feche a porta e não abra para ninguém. E se alguém bater depois da meia noite, não abram nem mesmo que ouvirem a minha voz.
Isso apavorava a todos, e ele falava muito sério. Certo dia, meu avô saiu e ao bater 22h minha avó travou a porta com uma grande madeira como sempre fazia. Foram deitar, pois naquela época não tínha TV e deitavam cedo. Ao bater meia noite, minha tia de 17 anos despertou, ouviu um barulho estranho no quintal e as galinhas em alvoroço, faziam muito barulho também. Ela foi até a cozinha onde uma janela dava visão para o galinheiro do outro lado do quintal, olhou, olhou e nada. Tudo ficou silencioso, então ela resolveu voltar para cama, mas ao entrar no quarto onde dormia com mais 2 irmãs, ouviu passos de algo correndo na varanda da casa, o piso era de madeira e quando alguém passava por lá não era fácil ouvir, só se fosse alguém grande ou gordo como seu tio Manzé. Mas aquela hora, ela parou e encostou o ouvido na janela que dava para essa varanda. Ficou um tempo, então ouviu novamente o ranger da Madeira. Pensativa e com medo foi até a sala e bem devagar afastou um pequeno pedaço da cortina, então viu no meio do pátio, um bicho ou homem, estava meio ereto, meio curvado, mas se apoiava em duas pernas, enorme e aparentemente peludo, se movia ora devagar ora tão rápido que mal conseguia ver. Ele partiu em direção a cozinha que dava para o fundo do terreno, ela correu para cozinha e através da janela da cozinha que era ampla e sem cortinas ela pode ver, o que realmente era, um enorme lobisomem e ao ve-lo paralisou, pois ele também a olhou. Colocou as garras e lentamente tentava abrir a janela, como se soubesse como fazer, seu braço e garras chegavam quase ao travessão (madeira) que travava a porta dos fundos. No desespero ela correu para o quarto da minha avó, e chamou em pânico sacudindo e falando repetidamente, tentando manter a voz baixa, por conta das crianças, ela gritavaentre os dentes: - Mãe! Mãe! Mãe! Acorda! Um lobo! Monstro! Ele vai entrar! Minha avó saiu da cama e disse para ela, vá para seu quarto e se feche lá com seus irmãos, pegou a garrucha do meu vô a qual sabia atirar muito bem, foi até a cozinha e ainda viu o animal tentando abrir mais a janela, mirou e atirou, quebrou o vidro e assustou o animal que correu para o meio do canavial. No dia seguinte havia alguns pelos no arame da cerca e sangue que ela não conseguia identificar se era devido o arame farpado ou o tiro. No dia seguinte meu avô voltou de viagem e logo foi contando, Zé Messias o jagunço foi pra cidade devido um acidente com arma de fogo na ronda da Fazenda, essa noite não temos jagunço atenção redobrada.
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